《Blue Stars ★ |R.L|》Capítulo 22 ★

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Me viro ainda meio assustada.

A falta de luz, me faz ficar ainda mais perdida.

- Quem é? - digo como uma criança ingênua.

- Quem você acha? - a pessoa se aproxima de mim, e beija minha bochecha. Sinto o aroma amadeirado de colônia masculina.

Rafael!

- Não Rafael! Obrigada. - viro rudemente as costas, não dando a mínima ao rapaz.

Dou uma trombadinha aqui ou ali nas paredes, mas meu orgulho me impede de pedir ajuda.

Sai de dentro do desesperador corredor, olho as poltronas, e nas últimas, vejo Felps, Gabs, Alan, Maethe e o resto da turma.

Estou pronta para subir as escadas, que me levariam até lá, quando alguém se apóia em meu braço.

- Demorei? - Thiago pergunta ofegante.

- Não. - ri de seu estado. - Oque houve?

- Tinham acabado os óculos 3D, daí voltaram para pegar mais.

- Que bom! Achei que tinha se encrencado.

- Nossa, você tem essa impressão? - ele diz se estreitando para passar entre as poltronas.

- Tenho. - solto uma risada no canto da boca.

- Poxa. Tô bem, hein?

Fomos até as últimas duas poltronas da fileira, e sentei entre Pk e Calango.

- Nossa, que vizinha legal. - disse Matheus se referindo á mim.

- Digo o mesmo. - sorrio.

- Eu não diria isso, o Pk tem uns gritinhos bixas quando tá com medo, e eu morro de vergonha de sentar do lado dele. Além de ficar surdo. - diz Guaxinim, sentado ao lado de Phoenix.

Ele mostra o dedo do meio ao amigo.

Me curvo para frente e vejo Rafael no começo da fileira, procurando um lugar para sentar. Ao fim, ele senta aparentemente entre Felps e Alan.

Eu não acredito que estou nessa situação! Por que tudo isso começou? O Thiago não teria coragem de fazer uma coisa dessas comigo. Ele... Seria incapaz de me magoar. Pra que então o Rafael deu aquele piti?

E daí que o Rafael beijou a tal Bárbara? O Calango não iria se vingar dele.

- Tá tudo bem? - ele pega em minha mão e me olha preocupado. - Você parece pensativa. Oque foi?

- Nã-não, eu... Tô bem. Tá tudo ótimo. - sorrio forçada.

- O filme já vai começar.

Quando me toco, o som ensurdecedor da sala de cinema está em minhas orelhas, me fazendo envergar o rosto com a altura.

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Trailers... São minha parte favorita. Acho melhor eu desligar um pouco a mente e tentar prestar atenção no filme.

[...]

Coloco a mão no saco de pipoca e oque sinto é apenas o fundo e a mão de Calango.

- Acho que a pipoca acabou. - ele cochicha em meu ouvido.

- É... Concordo. - rio abafado.

Olho para a latinha dele, que está com o canudinho mordido.

- O refri acabou também, né?! - ele diz pensando no mesmo que eu.

Pego minha latinha e chacoalho, e apenas o som do lacre que joguei dentro da mesma sai.

- Eu vou lá aproveitar que a pipoca é retornável e encher. Também compro duas Pepsi. - digo me levantando e dando batidinhas na calça, para tirar os restos de pipoca que nela estão.

- Eu vou com você. - ele se levanta também.

- Não, pode deixar que eu vou sozinha, fica aí vendo. Senão vamos perder.

- Eu faço questão de ir com você.

Não digo mais nada, pelo seu olhar, ele parece que irá insistir.

- Tudo bem. Vamos então.

Seguimos estreitos até onde Alan estava.

- A gente vai pegar mais pipoca. - digo para ele com os lábios.

Ele assente e continuo a andar, ignorando totalmente Rafael, quando passo por ele.

Fomos pelo mesmo corredor, com agora, eu pedindo para que Calango me ajude a atravessá-lo.

Ele abre a porta, e segura para que eu passe.

- Que milagre o Alan ainda não ter dormido. - ele diz rindo.

- Pois é. - rio discretamente.

Caminhamos silenciosamente até a bancada de pipocas, em que o atendente se encontrava entediado, jogando um joguinho qualquer em seu celular.

- Ham... Moço? - digo me dirigindo á ele.

- Ah! Oi? Desculpa. - ele deixa seu celular no bolso e vem até nós.

- Eu quero recarregar essa pipoca e comprar mais duas Pepsi.

Ele estende sua mão, pedindo o saco e o levando até a máquina de pipocas.

O enche até a boca e me leva novamente.

- Ele é seu amigo? - ele aponta um pouco atrás de mim.

Olho para onde seu dedo aponta e seu olhar indica, e vejo Calango batendo no vidro de uma lojinha de cachorros.

Solto um riso abafado.

- Sim, ele é sim. - respondo meio envergonhada.

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- Então, sem querer ser chato, mas o dono dessa loja saiu faz um tempinho e odeia que ficam tentando chamar a atenção dos animaizinhos.

- Ôh, ok. Eu vou pedir pra ele sair de lá. Pode deixar.

- Obrigado.

Ele me entrega os dois refrigerantes e sorri.

- Obrigada. - sorrio amigavelmente e vou até onde Thiago se encontra.

- Eu de você, parava de bater nesse vidro. - digo e entrego uma lata.

Ele a pega e me encara confusa.

- Como assim? - ele diz dando um gole no refrigerante.

- Boatos de que o dono daqui é um chato, e saiu não faz nem cinco minutos.

- Vish, corre então.

Ele diz e pega em meu braço, pronto para correr. Damos passos largos e apressados em direção ao cinema.

- Não, vem cá. - ele me tira da rota da sala de cinema e me leva até um canto do shopping que estava surpreendentemente vazio.

- Hã?! Por que?!

- Quero te mostrar algo.

Não contesto, apenas me rendo e deixo que ele me guie.

Ele coloca a pipoca e os refrigerantes em uma mesa alheia no local.

Me empurrou contra a parede de uma forma bruta e versátil. Engulo seco.

- Thi? Oque você quer? - perguntou ingênua, enquanto ele se aproxima constantemente de meu rosto.

- Não se preocupe, não vou te fazer mal. - ele entrelaça minha cintura. - Mas havia um tempo em que queria fazer isso. Um tempo, eu digo, desde a hora em que te vi hoje mais cedo.

Minhas bochechas ardem internamente.

- Você tem noção do quanto é bonita? - ele olha profundamente em meus olhos.

- Nã-nã... Quer dizer, si-sim, não... Quer dizer, Thi, oque você quer dizer? - minhas mãos transpiram e gelam. Gaguejo até mentalmente.

- Quero dizer que você é a garota mais linda, legal e surpreendente que já vi em toda minha vida. E que você tem me deixado totalmente fora de mim. Meus pensamentos e meu jeito de ser. - ele toca minha bochecha, e posso notar o choque térmico de sua mão amena, com minha bochecha ardente.

- Thi, eu... - as palavras não saem.

Ele segura em meu maxilar, com as duas mãos e nossos narizes se encostam. Desvio meu olhar freneticamente entre seus olhos e sua boca.

Estou trêmula e começo a fraquejar. Nossa proximidade me tira minha cabeça do lugar, e fico inconsciente.

Fecho meus olhos e sinto nossos lábios se encostando. O beijo se intensifica, e perco os sentidos de lugar e de horário. Sinto um forte gosto e cheiro e de álcool vindo dele.

Mas depois de dois minutos, me sinto estranha e errada de estar fazendo aquilo.

- Thi... - digo em meio beijos. - Vamos...já tá bom.

- Não, por favor. - ele volta a me beijar e permito por mais alguns segundos.

- Thi! - o repreendo mais uma vez.

- Não... O Rafael... Têm que ver.

Oi?

- Por que? - continuo a beijá-lo como se nada demais tivesse sido dito.

- Vingança. - ele desgruda seus lábios dos meus e solta essa pequena palavra, que me causa um terremoto internamente.

Eu não acredito, o Rafael têm razão, ele seria capaz. Estou em cacos, e meu sangue ferve.

- Me solta! - digo rude e segurando as lágrimas.

- Não. Só mais um pouco. - ele beija meu pescoço.

- Eu mandei você me soltar! - dou um empurrão, mas que não o afeta em nada.

Me debato em seus braços, mas nada o afeta.

- Calango, para! - eu tentava soca-lo, mas minhas forças continuavam fora de mim.

- Eu quero vingança!

- Eu não um objeto de ciúmes. - minhas lágrimas começam a rolar, por meu rosto assustado.

Ele continua me beijando, embora me esquive, ele é mais forte que eu.

Vejo uma mão pegar em seu ombro, e um puxão o tira de cima de mim. Minhas pernas parecem fracas, e sinto que irei cair a qualquer momento.

Rafael foi quem o puxou, e ele parece nervoso. Arma um soco, que acertaria ferozmente o maxilar de Thiago.

- Não! Por... Favor. - digo em um grunhido alto.

Rafael me vê assustada e bamba, e corre até mim.

- Você tá bem? - ele olha com seus indescritíveis olhos azuis.

- Estou! - digo olhando em seus olhos.

Então, em um simples e brusco movimento, ele me abraça forte, e o cheiro de álcool que antes habitava minhas narinas, é substituído por seu maravilhoso perfume.

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