《Blue Stars ★ |R.L|》Capítulo 27
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Amanhece um sábado nublado e frio. Muito frio mesmo. Minha garganta dói horrores por conta do choque térmico que teve e eu tenho a leve impressão de que estou gripada também. Ouço barulho de gente conversando no andar de baixo. É a voz de minha mãe e a de um homem. Não a reconheço, mas ela tem um tom grave muito forte.
Abro a porta de meu quarto delicadamente, tentando tampar a respiração, mas sou interrompida por um espirro.
- Sá? - ouço uma voz baixinha dizer meu nome.
É João. Ele está sentado no topo da escada, escondido e tristonho.
- Sim...o que está havendo?
- A mãe e o pai estão discutindo. Lá embaixo.
Me abaixo e espio a sala. Mamãe está atrás do balcão da cozinha e meu pai está andando em círculos pelo tapete da sala, que, após a separação, já foi trocado por um novo, já que ele sempre fazia isso quando estava bravo. Tinha incríveis marcas de seus pés nele.
Já vi muito essa cena há uns anos atrás e sempre me senti péssima. Porém, nunca fui como João, meio covarde: Eu tentava fazer meus pais ficarem juntos, mas nunca dava certo. No fim, meu esforço não valeu de nada. E...que bom! Acho que minha mãe merece algo bem melhor.
- Você não pode forçar eles a isso! - ela diz olhando para baixo.
- E você sabe se eles querem isso ou não?! - ele eleva sua grave voz e franze a testa.
- Eles são meus filhos. Sou eu quem tenho a guarda deles e eu não admito que você os tire de mim!
- Mas eu também sou o pai e eu tenho direito de querer passar um tempo com eles!
- Mas não é um tempo comum, André. - minha mãe vai até ele. - É um ano...fora do país! Você tem noção disso?
- Acho que vai ser bom para os dois...
- Não, vai ser bom pra você. Seu egoísta!
Minha mãe vai até a cozinha e começa a pôr a mesa do café.
- Você continua sendo a mesma moralista certinha de sempre, né? Incrível! - ele arruma o blazer. - Eu vou levá-los e ponto.
- Não vai! - ela diz mais alto.
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- Vou! - meu pai praticamente grita.
- Fala baixo! Não quero que eles acordem.
- Mas uma hora eles vão saber disso, certo?
- Errado! Eles não vão. Não basta só ir ao seu casamento com aquela...com sua mulher e passar um mês das férias com eles?
- Eu quero fazer meu papel de pai assim como você faz. - seu sorriso é cínico e me irrita.
- O pai vai se casar com quem? - por um segundo me esqueci que João não sabia da amante de meu pai.
- Com alguém, acho...- suspiro. - Vai pro quarto, João.
- Não, eu quero ouvir.
- Vai...por favor.
Ele bufa, se levanta e entra no quarto. Volto a ouvir a conversa. Meus nervos saltitam.
- E você decidiu agora fazer seu papel de pai? Quando a Sarah já tem amigos aqui é o João já até namora.
- Eles vão se adaptar.
- Você é um monstro.
- E você é uma derrotada.
Tenho vontade de descer e socar seu rosto até deixá-lo sangrando. Isso é péssimo de se falar, ele é meu pai. Mas ele não pode falar assim com ela.
Às vezes tenho a impressão de que minha mãe ainda ama meu pai. E isso é horrível.
Ela se vira e volta a pôr o café na mesa.
- Vou chamá-los. - minha mãe diz secando a mão e meu pai passa a mão por seu cabelo quase grisalho.
Volto correndo pro meu quarto, mas antes passo pelo do João e faço sinal para ele não dizer nada. Ele me entende.
Entro no meu e me deito, como se tivesse acabado e acordar. Entro no YouTube para disfarçar, quando ouço passos na escada. A voz de minha mãe fala para João se vestir e descer, porque meu pai está lá embaixo e queria nos ver. Eles trocam algumas palavras e torço para ele não abrir a boca.
Enquanto rolo o feed de envios recentes, vejo uma thumb super colorida, mas passo rápido por ela. Quando percebo, volto. É um vídeo de Rafael.
Dou play no vídeo e tiro o som, meus fones estão ainda com meu irmão e não vou lá pegá-lo. Vejo seu sorriso e seus olhos, como se pudessem conversar comigo. Porém, ele está olhando simplesmente para uma câmera no quarto dele e...poxa, nunca no mundo quis ser uma câmera. Mas agora, eu queria ser qualquer coisa que estivesse ali com ele. Até os pôsteres que estão colados ao fundo. Eu podia ser o microfone que ele fala tão de perto ou, ainda melhor, ser o moletom vermelho que ele está vestindo. Eu preciso tanto dele nessas horas.
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- Filha? - abaixo a tela do celular.
- Sim, mãe? - faço uma voz embargada, como se tivesse acabado de acordar.
- Vista-se. Seu pai está aí embaixo e quer falar com vocês.
- Certo...- me espreguiço e bloqueio a tela do celular. Depois eu volto, garoto que eu sou completamente apaixonada mas que só quer minha amizade e não minha boca na dele.
Rio, tristemente. Mas rio.
João está descendo atrás de mim, ainda confuso, mas com um sorriso no rosto. Para ele, meu pai é um herói perfeito.
- Oi, pai! - meu irmão passa ao meu lado e vai abraçar o homem que parece já ter seus cinquenta anos. - Como vai?
- Vou bem, meu meninão. E aí? As namoradas? A escola? O time de futebol?
- Ah, tudo de boa. - ele sorri envergonhado.
- Que bom. - o homem tira os olhos de seu filho mais novo e os dirige para mim, quando seu sorriso perfeitamente alinhado cai. - Oi, filha.
Acho que ele sentiu que eu já sei de algo.
- Olá, pai. - me aproximo e ele beija minha cabeça.
- Como vai a escola? - o encaro com um semblante de cansaço e suspiro antes de responder.
- Vai bem. Amizades fixas e perfeitas.
- Compreendo...- ele pode não querer, mas sei que entendeu o que quis dizer. Então, desvia seu humor de sua filha rebelde e sorri abertamente. - Bom! Tenho uma notícia para dar para vocês.
- É boa? - João pergunta, enquanto acaricia Mino.
- Sim...eu acredito que sim.
Olho para minha mãe, que tenta manter sua falsa concentração em uma mancha na panela. Volto meu olhar para meu pai, que procura minha vontade de querer ouvi-lo. Meu amigo, ela está tão camuflada como meu amor pelo Rafael.
Merda, por que sempre eu lembro dele?
- Bem...sentem-se. É séria a conversa.
João larga Mino e vai até a mesa. Senta-se, pega uma pêra e começa a comê-la. Faz isso como num pulo, enquanto eu, me arrasto, em pedaços de mim.
- Primeiramente, queria anunciar que vou me casar novamente. - ele anuncia com entusiasmo, em pé, na ponta da mesa. Ouço o alto suspiro melancólico de minha mãe. - E...vai ser nas férias. Escolhi esse tempo porque quero vocês comigo. Lá!
João está estranhando, mas parece feliz por meu pai.
- As férias já começam na quarta-feira, certo?
- Sim. - digo alto.
- Na verdade, nossas férias já começaram, praticamente. Nenhum de nós dois precisa ir mais, né mãe?
Cala a boca, João Rafael.
- É...- ela diz tentando se mostrar feliz.
Meu pai abre um sorriso perfeito.
- Ótimo! Então, podemos ir pra lá amanhã. O casamento será na quinta-feira e, quanto mais cedo forem, mais tempo terão para a adaptação e se preparem. Podemos até passear por lá.
- Onde vai ser? - pergunto indiferente.
- Em Porto Alegre.
- Ah...- queria tanto ter autonomia para fugir pra Carazinho.
- E...mais uma coisa. - ele agora parece preocupado.
- Sim? - João diz com a boca cheia de pêra.
- Vamos passar um ano no Canadá. Eu, vocês dois, a Júlia e...o Enzo.
- Quem é Enzo? - pergunto junto com João.
- O novo irmãozinho de vocês.
Minha barriga gela e vejo minha mãe quase desmaiar na pia da cozinha. Como é desesperador não ter com quem dividir isso. Não ter quem abraçar e te confortar.
- Isso é...- meu irmão está pensativo. - Demais! Que louco, um ano lá, vamos conhecer a neve, outras escolas, outras pessoas. Uhul!
Não é possível que ele seja tão idiota.
Corro pela sala e subo as escadas num pulo só. A última imagem que vejo é o sorriso no rosto de meu pai desfazendo-se. Pela milésima vez.
Bato a porta de meu quarto e grito no travesseiro. Que inferno!
Desbloqueio a tela do celular e vejo o vídeo novamente, ainda sem áudio. Isso parece me anestesiar. Rolando pela página, chego nós comentários:
FINALMENTE UM EVENTO EM PORTO ALEGRE, RAFAEL!
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When I tell you that I love you, I don't say it out of habit. I say it to remind you that you're the best thing that has ever happened to me
8 1348Emerilia
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8 317Storm
The Storm started six months ago, and no one knows where it came from. All they know is it hasn't stopped for a single day, and you better follow the one rule: Don't go out in the rain. Hiding in the broken building of her old high-school, seventeen-year-old Marylou is one of the few to have survived this far. She doesn't believe in the Ghosts -- shapeless creatures said to roam under the rain outside -- but, to be fair, she doesn't really believe in anything except booze and the unconditioned love of her ball python snake, Evil Noodle. Chance brings Marylou together with Amy, a mysterious girl with an even more mysterious past, and Dean and Ray, two young men running what they call 'the last pizza place in California'. As the Storm rages on stronger by the day, the foursome will have to make a choice: keep hiding under roof after roof, waiting for starvation, or set out to the road and face whatever hides out there, under the Storm.
8 231Mixing Blood
Seven Children play a game with each other for power and truth. We follow our main character Seth with the most to hide uncover their past and selves in the process. Everyone has a piece of the story, but to reveal all, will leave only one alive.
8 152Beyond the Bridge
There are many worlds, many multiverses, and you can move between them via the Federation's Bridge network - magical gateways to other worlds. The world dubbed "C'thon" by its inhabitants - or Gamma-Theta-Nu-649, if you ask the Federation's bureaucracy - was deserted when the Federation found it. The "civilized" races had all died out centuries prior, and the wilderness had grown downright feral in their absence. Now, the lonely Federation outpost of Bridgetown is under constant threat from the hungry wildlife, malicious fey, territorial goblins, and wandering undead that surround it. The town's distance from the Federation's centers of power means that it gets precious few of the resources that it needs to stay safe and afloat. Enter the Guild of Adventurers, a plucky and disparate crew who do the Federation's dirty work in exchange for coin. One team, the first of many, crosses the Bridge to C'thon looking for fame, fortune, and (if they're lucky) the answer to a newly-discovered Prophecy. They'll get much more than they bargained for, although first they need to avoid being eaten by the local wildlife. Updates weekly on Wednesday. Chapters will be as long as they need to be for them to work, which means they can vary. If anything drops below 2500 words, I'll post an extra chapter if I have one ready. [PS: This is not a litRPG, but I do borrow heavily from TTRPGs for inspiration, and the general setting and storyline is from a TTRPG campaign I'm running.] [PPS: This is my first attempt at writing long-form fiction. I'm not trying to make a great piece of literature or have a multi-novel overarching plot, but hopefully it'll still be a fun story - let me know what you think in the comments.] [PPPS: Cover image is from a free-download wallpaper by Tyler Edlin; I do not own it, and will take it down immediately if requested.]
8 132Phantom Wings (pending rewrite)
Notice: A major rewrite is currently ongoing, all chapters shown currently are pre-rewrite. Two cities, closed behind walls, separated by an entire continent, are all that's left in an atomic war which has dragged on for decades. Fueled by hate, disagreements, misunderstandings, and stubbornness, the war wages on day after day. Caught in the crossfire, two teams of fighter pilots of opposing sides come together, with a hope to discover what it means to truly be human, and to end the war for good. This is their story. A story of war, of discovery, and of rebellion. This story (this arc, at least) is now complete. No promises for a sequel yet.
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