《Blue Stars ★ |R.L|》Capítulo 17 ★
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Rafael me olha envergonhado.
- Bem... Vamos? - reparo que ele está meio deslocado.
- Va-vamos... Claro. - ele solta de minha mão para abrir a porta.
Olha os bons modos.
- Oi Sarinha! - saúda Maethe, assim que entro no carro, lançando um beijinho no ar.
- Oi Mah! Ah, olha, trouxe sua bolsa. - a coloco em seu colo.
- Ah! Nem precisava Sarah. Mas mesmo assim, obrigada. - ela sorri.
- Acha, eu que agradeço. - sorrio de volta.
Alan me olha pelo retrovisor.
- Ooooooooooooooi! - ele diz me encarando ainda pelo espelho.
Rio de seu jeito estranho/exagerado de dizer "oi".
- Oi titio Alan! - rio e beijo sua bochecha.
- Titio! - ele solta com a voz embargada, em um grito exagerado e feminino.
Rio ainda mais.
- Eu nem ganho beijo. - Rafael diz ao meu lado, fazendo bico.
- Oi "Tão perto mais tão Lange." - brinco dando um beijo demorado em sua bochecha.
- Até tu, brutus? - ele grita transtornado.
- O shopping tá perto, amor? - Maethe diz á Alan, com um tom de riso.
- Não linda, tá ainda meio Lange. - Alan diz sério, virando o volante.
Maethe cai na gargalhada, e eu a acompanho.
- Esses dois idiotas tão fazendo esse bullyng desde que eu entrei no carro. - Rafa diz meio emburrado.
- Ai, tadinho dele gente! - solto brincalhona. - Isso ta bem Lange de ser bullyng, amor.
Assim que soltei a última palavra, o carro ficou mudo; as risadas e as brincadeiras foram substituídas pela vergonha que estava passando.
- Amor? - ele quase grita. - Que meigo!
Rafael me surpreende com um abraço espremedor, me fazendo perder parte do ar.
- Fo-foi sem querer! - digo recuperando o fôlego.
- Foi muito lindo, isso sim. - ele sorriu veemente.
Maethe olha pra trás.
- Acha Rafael. Você acha que alguém te ama? - ela diz risonha.
- Mas... Minha...
- Nem sua mãe te ama. - ela o interrompe.
Ele faz cara de choro.
- Eu ainda tenho a Mina.
- A Mina morreu. - Alan sai de sua concentração nas ruas, para zoar com o garotinho expressando tristeza.
- Mas a Sarah me ama. Né Sarah? - ele me olha.
- Não sei. - o olho torto.
Ele me encara em dúvida.
- Ué, porque?
- Dependendo do que você comprar pra mim... - sorrio interesseira.
- Ah, então é por interesse o seu amor? - ele me olha cerrando os infinitos olhos azuis.
- É meu querido, negócios!
- Olha a empreendedora! - Alan grita admirado. - Que orgulho da minha sobrinha.
- Cuidado Alan, senão ela extorque o titio. - Rafa me olha malicioso.
- Ih! O meu "titio" não tem compromisso comigo não. Quem me chamou foi você, Mister Lange! - explico indignada.
- Blá blá blá... Ok então interesseira. Lá eu vejo alguma coisa pra comprar pra você. - ele deu a língua.
Revidei.
- Belo casal. - Maethe elogiou e aplaudiu.
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Rafa fica novamente envergonhado, e a vermelhidão se divide em nossas bochechas.
- Amor, eles ficam com vergoinha. Para! - Alan soltou com voz feminina, e Maethe riu, dando um selinho roubado no namorado.
[...]
Era meio desconfortável estar com um casal super romântico no carro, e eu estar segurando vela com um gato.
Claro, que minha mente não deixa de soltar mensagens, dizendo que quero beijá-lo, mas é algo sem querer! Eu não estou aqui pra agarrar um garoto que conheci hoje.
Isso pode até ser um livro, mas no meu caso, tenho certeza que o amor não pode ser á primeira vista...
Ou será que sim?
- Amor, tá viajando na lua? - Rafael cochicha em minha orelha.
Então noto o quanto estava alheia, e dormindo na figura da lua brilhante no céu.
- Amor? - cochicho de volta. - Não sou tuas negas não! - rio.
- Infelizmente... - Rafael tenta ser inaudível, mas não consegue.
Ele me olha assustado, assim que percebe que ouvi.
- Não! Infelizmente meu celular acabou a bateria! - ele tenta se explicar, mas já estou sorrindo novamente.
Era um sorriso bobo, algo inexplicável.
- É, que pena... - contorço a boca.
De repente, uma parada.
- Cheguemos! - anuncia Alan.
Nunca estive tão agradecida. Já estava envergonhada de estar tão perto de um garoto com poderes nos olhos.
- Vamos? - Rafael me olhou do lado de fora do carro, no banco contrário ao meu.
- Sim, sim...
Ele estendeu sua mão para que pegasse. A agarrei e ele me puxou.
Assim que me vi ao seu lado, e reparei o quanto era mais alto que eu, percebi seu olhar incessante.
- Não tinha reparado o quanto está linda. - ele sorriu perfeitamente.
- Obrigada... Você também está lindo.
E realmente estava. Ele usava um jeans preto pouco mais apertado, uma blusa vinho mais despojada e um tênis preto.
Mas pra ser bem sincera, mesmo que Rafael passar bosta na cara, vai continuar lindo. Aqueles olhos nunca perdem a graça.
Maethe e Alan estavam mais á frente, conversando de algo parecido com cachorro.
Eu e Rafa estávamos mais atrás, enquanto ele mexia em seu twitter e eu olhava as estrelas azuis que enfeitavam o céu.
- Você gosta bastante do céu né? - ele pergunta colocando o celular em seu bolso e me fitando.
- Sim, bastante. - continuo olhando o céu. - Como sabe?
- Você sempre está olhando pra cima. Gosta de algo nele?
- Sim. Eu amo essas estrelinhas meio azuis sabe? - apontei algumas que estavam maiores. - Elas tem um brilho irresistível, e... Eu amo azul!
- Sério? - ele sorriu.
- Sim.
- Hmm...
Ele continuou com o mesmo sorriso no rosto.
- Que foi? - perguntei á ele, já que sua boca continuava semi cerrada, mostrando os dentes.
- Você... Gosta então da cor dos meus olhos? - ele sorriu de canto.
- Muito. Eles me lembram as estrelas.
Fui o mais sincera possível. Rafael me dava abertura e coragem para fazer coisas loucas. Ele realmente é uma droga... Em todos os sentidos.
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- Obrigado. Já eu, gosto do seu cabelo...
- Sério? - o olho com brilhinhos cintilantes nas íris.
- Sim. Eles lembram... Lava! - ele riu extremamente alto.
Ri de sua risada.
- Putz... Valeu.
Alan então se vira e aponta para trás. Ele parece estar conversando com alguém, mas não consigo enxergar quem.
Então, a pessoa vem em nossa direção. É um "rapaz", parece ter aproximadamente a mesma idade de Rafael; tem o cabelo incrivelmente ruivo, um óculos fino e uma pele bem branca.
Rafael logo corre em sua direção.
- Senpaaaaai! - que vergonha.
- Cellbixa! - ele corre na direção dos olhos estelares.
Se abraçam de uma forma bem homoafetiva.
Eles trocam carinhos engraçados, neste momento duvido a opção sexual de Rafa.
- Quem é essa daí? - ele me aponta.
- Essa é a Sarah. - Rafael pisca pra mim.
- Ah tá! É a sua nova crush né?
Rafa faz cara feia.
- Olá Sarah, sou o Phoenix do grupo. - ele sorri simpaticamente.
- Prazer Phoenix. - retribuo o sorriso.
É deveras importante dizer que eu achei que ele fosse bem diferente? Ele parece um albino.
Que legal!
- Vem gente, o Felps está esperado a gente na entrada do shopping. - grita Alan lá da frente.
- Vamos? - diz Phoenix me olhando.
- Vamos! - Rafael responde meio rude no meu lugar.
Não disse nada, apenas segui Rafael que pegou em meu punho e me arrastou.
- Aposto que você não me alcança. - ele desafiou se preparando para correr.
- Aposta quanto?
- Hm... Cinquenta reais.
- Já perdeu! - digo a poucos metros dele, correndo.
- Trapaça! - ele grita.
Entro em meio aos carros, e desvio de uma família que estava carregando compras.
Vejo Rafa se aproximando e me junto ao seu lado.
- Ah não, já tô sem fôlego. - paro ao lado de Alan.
- Olha a hipertensão! - ele novamente grita.
- Idiota! - empurro seu ombro.
- Sério, que vergonha alheia. - diz Phoenix a poucos metros de nós.
- Outro hipertenso. - Rafael coloca a mão na cintura e negativa com a cabeça.
- Nossa, desculpa aí "Atleta Global". - caçoa Alan.
- Hahaha! - Rafael ri irônico.
- Mor, dá dois reais pra eu comprar um sorvete? - pede Maethe.
- Claro deixa eu só pegar minha... - Alan mexe em seu bolso traseiro. - Putz, esqueci a carteira no carro!
Ele lamentou.
- Quer que a gente vá pegar? - o garoto me puxa pelo braço.
- A gente? - o olho perplexa. - Eu não consigo andar não criança.
- Eu te carrego. - ele sorri malicioso.
- Não to gostando disso. - Phoenix se apóia em uma muro.
- Pode ser então. Vocês vão lá pra mim? - Alan entrega a chave ao Rafael.
- Sim! - ele responde prestativo.
O encaro feio.
- Ok, valeu.
- Acha amor de minha vida. - Rafael solta afeminado.
- Ain, para! - Alan entra na brincadeira e faz um gesto com a mão.
- Vamos? - ele dobra seu braço para que coloque o meu no meio.
- Vamos! - entrelaço nossos braços como se fossemos um "casal das antigas".
Dobramos o paredão da entrada do shopping onde estávamos e já não era possível ver o pessoal.
- Calma aí Rafa, minhas pernas. - paro e me curvo até os joelhos.
- Sobe aí. - ele abaixa suas costas.
- Sério? Você me aguenta?
- Claro que sim. - ele se gaba.
- Olha só hein, Rafael. - começo a subir.
- Relaxa.
Quando estava em suas costas, ele se levantou tranquilamente, como se eu não estivesse alí.
- Cara, quanto você pesa? - ele perguntou se ajeitando e segurando em minhas coxas.
- Acho que... 50 kg.
- Meu deus cara, você é muito leve.
- Haha, valeu... Eu acho.
Continuamos andando até o carro, enquanto ele fazia suas típicas graças de Cellbit.
Era incrível o quanto me sentia segura em estar alí, a tantos metros do chão, confiando apenas nele; até mesmo quando ele fingia que ia me derrubar, pois eu sabia que nunca iria me deixar cair.
- O carro tá muito Lange? - colocou minhas mãos em sua cabeça e apoio a minha.
- Hahaha... Não, já chegamos. - ele se abaixa para que eu desça.
Quando estou no chão, ele destrava a porta, que faz um sinal de alarme.
Se esgueira até o porta-luvas e o abre, fazendo aparecer a carteira.
- Achei! - ele me mostra.
- Que bom. - sorrio.
- Vamos ver a foto do RG dele? - ele propõe com maldade.
- Ah cara, aí já é sacanagem.
- Acha, dá nada não. - ele folhea alguns plásticos da carteira e acha.
- Achou?
- Sim, mas não dá nem graça. Ele tá normal. - ele me mostra a foto de Alan sem empolgação alguma.
Alan está comum, apenas tirando o fato de não estar com o sorriso e os olhos arregalados que sempre está nas fotos.
- É...
Cellbit fecha a porta e a tranca.
- Agora dá pra mocinha ir andando né?
- Ah não... Tá muito Lange. - faço bico e rio.
- Para com esse bullyng de Lange. - agora ele fez bico.
- Já disse que tá bem Lange de ser bullyng. - rio.
Me viro para começar a andar, mas ele me segura forte e me puxa para bem perto.
- Sabe oque tá bem Lange? - consigo sentir seu hálito em meu rosto.
- Oque? - digo vermelha.
- Nossas bocas. - ele me fita diferente.
Fico estática, e chega até a me faltar ar.
- Poxa, que cantada boa. - é o único jeito de tentar descontrair.
- E quem disse que isso foi uma cantada? - seus olhos azuis olhavam diretamente os meus.
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