《MEMÓRIAS DE UM DEUS - Ficção [português]》O FILHOTE AZUL - 5/324.820
Advertisement
Eu fico te olhando, observando, desejando que todo o amor que lhe tenho seja o amor que desejo deixar ao mundo como herança.
Lázarus espreguiçou-se, deixando sua atenção se esticar para as montanhas ao longe.
Era primavera, e parecia que um deus muito eufórico havia passado por ali. Havia cores demais, vida festiva demais. E aquele era o momento em que os dragões mais gostavam de vir ao mundo, sorriu, observando ao lado, onde sua amiga Buba, a dragão azul de Corbélia, se mostrava muito ansiosa.
Lázarus ficou em silêncio ao lado da dragão, acariciando sua cabeça. Ela estava impaciente, e ele via o esforço que ela fazia para não se mexer com muita energia. Ainda agora, depois de tanto trabalho e dedicação, via a diligência dela para que a temperatura não ultrapassasse os 36 graus centígrados, necessário para que um macho nascesse.
- Calma, calma... Tudo vai dar certo – ele lhe disse, sentado ao seu lado no banquinho, pacientemente aguardando.
Lázarus o sentiu chegando de longe, como ela também sentiu, denunciado por seus modos, agora mais leves e suaves.
Quando o gigante azul desceu com suavidade ao lado do ninho, Lázarus se levantou e o cumprimentou. O macho fez uma mesura majestosa e, após tocar com sua enorme cabeça a cabeça da fêmea, ficou ao lado, orgulhoso, o peito estufado para a frente, os olhos gentis nela postos.
De repente ela se tornou mais alerta, o que deixou os dois de sobreaviso.
Lázarus e o macho viram quando o olhar dela mudou. Em movimentos lentos e suaves a viram se mover e abandonar o ninho, se virando para ele. Lázarus se levantou depressa, os olhos no ninho, os olhos no ovo. E ali, no ovo que perdia as cores moventes, um pequeno furo surgiu e, logo após, um outro, e outro, e mais outro. Em completa atenção viram a casca e a membrana serem rompidas. Um movimento nas sombras, e então um focinho quase branco surgiu. Não demorou e ele se forçou para fora, um pequeno ser mais branco que azul. Ele saiu cambaleante do ninho, se chacoalhou e caiu de lado, o que obrigou Lázarus a rir feliz. Ele se levantou novamente, os olhinhos sondando os três, a cauda chicoteando o ar em movimentos lentos e suaves.
Então, lentamente, cada um por sua vez falou com o pequeno, lhe dando as boas-vindas ao mundo.
Advertisement
A fêmea, com muito carinho, empurrou o pequeno com o focinho na direção do pai enquanto, como se fizesse parte de uma cerimônia, tomava o ovo vazio e o devorava, não deixando qualquer rastro do mesmo. O pai, confirmando que a fêmea já fizera sumir o ovo, aproximou a enorme boca do filho. A garganta se avermelhou suavemente. Tomado de majestade ele soprou, envolvendo o filhote em um fogo brando e gentil, fazendo desaparecer qualquer sinal do albúmen e dos outros restos. O filhote, como se estivesse sendo enormemente acariciado, se deixava feliz no fogo paterno.
Lázarus se afastou um pouco e abriu caminho para a mãe. De um lado viu os dois a banhar o filho que, radiante de felicidade, se remexia nas chamas coloridas.
- Não acredito, não acredito – ralhou Ariel se ajoelhando na frente do filhote, sob o olhar amoroso dos pais. – Você não foi correto comigo, Lázarus. Por que não me chamou?
- Me desculpe. Eu estava conversando com ela, e a gente nem pensava que ele poderia nascer naquele momento.
- Mas quando o grandão aqui surgiu no ninho devia ter acendido um semancol em você, não devia? – continuou a ralhar, acariciando o pequeno, que rodava em torno dela como um gatinho.
- Então, reclame com ele – Lázarus disse, apontando com a cabeça para o pai. – Ele sabia, eu não – se defendeu.
- Não vou perdoar você, Lázarus. E nem vocês – ralhou com a fêmea e o macho, que só tinham olhos para o filhote. – E quando ele vai voar? – perguntou, indo para o assunto que lhe interessava.
- Nem imagino. Acho que daqui uns sete meses...
- Dez meses – ouviram Safiel dizer, descendo ao lado dos pais.
- Oi, Safiel – cumprimentou Ariel, sem tirar os olhos do filhote, que roçava em suas pernas e joelhos. – Bem vindo aos traídos – alfinetou com prazer, para constrangimento momentâneo dos três. - E quando ele vai soltar fogo? Ou pelo menos soltar uma fumacinha por essas ventinhas tão cor-de-rosa? – perguntou calorosa, acariciando o focinho do filhote, que espirrou de leve.
- Ah, isso não dá para dizer. Cada um escolhe o seu momento – contou o anjo. - Isso é deles, tal como o momento em que vão escolher seus nomes.
Advertisement
- Sério? Mas, e como vamos chama-lo até lá. Podemos sugerir nomes?
- Lázarus, o que deu nela? – espantou-se Safiel com o rosto luminoso.
- Doideira momentânea. Deve passar logo. É só ter um pouco de paciência.
- Parem de amolar. E então, como vai ser?
- Pode ser um tempus[1] – falou o pai, a voz ressoando nas cabeças de todos.
- Tempus? O que quer dizer?
- Tempus é um nome provisório, enquanto ele não escolher seu próprio nome, ou enquanto ele não os disser – explicou a mãe. – É dado por um dos pais, ou por alguém escolhido por eles.
- Ah, entendi... – cismou Ariel, a voz um tanto debochada e acusadora dirigida para os dois dragões. - Igual a vocês que não me disseram até hoje, e nem deixam o Lázarus me contar? Isso é tempus então – sorriu maliciosa com uma pontada de recriminação. – E nem adianta querem me contar agora – avisou depressa, vendo os dois dragões se entreolharem. – Agora eu estou chateada. Depois, talvez. Me deem um tempus. Então, e quanto ao garotão aqui, como vai ser? Eu posso escolher um nome provisório para ele? – perguntou toda animada novamente, como uma forma de pagar a traição de cada de um vocês?
- Hoje ela não acordou bem, não é mesmo? – espetou Safiel novamente.
- Vai ser um dia longo, não vai? – riu Lázarus. – Mas, vai... Pergunte aos pais dele – riu Lázarus novamente.
- Então? – Ariel perguntou, se virando para os pais. – Sabe, traição, esconder nomes... Pagamento pelas faltas... Não que isso pague, mas ameniza essa terrível dor, essa terrível traição...
O gigante azul deixou a cabeça pender, e todos juravam que ele ria, quando virou a enorme cabeça para a fêmea, numa pergunta muda.
- Concorda, Ádrio? – perguntou a fêmea, uma malícia na cara em um maravilhoso movimento do longo pescoço enquanto se voltava e se fixava na vigilante.
- Concordo sim, Buba – consentiu, o mesmo sorriso malicioso pendurado na cara. O macho voltou os olhos para ela, e com o pescoço fez uma mesura, lhe dando autorização para o tempus. Nem bem o pai e a mãe aceitaram o filhote se virou para Ariel e sentou, os olhos dele fixos nos dela.
- Mas vocês são terríveis – riu Safiel. – Você viu, Lázarus? Eles contaram, sem contar, o nome deles para Ariel – riu abertamente. – Vocês não prestam.
- Olhem, por causa da criança aqui, perdoo vocês, Ádrio e Buba, e fico muito agradecida. E tirem esse risinho dessas bocarras.
Ariel deu duas tossidinhas, tentando se decidir sobre algum nome de efeito e majestoso.
Devagar rodou pela caverna, foi até a boca da luz de onde sondo os espaços verdes e azuis além, a mente observando cada item, sentindo o ar, buscando uma inspiração. Levantou a cabeça para o céu azul, o desespero ameaçando-a. Então voltou para perto dos cinco, os olhos um pouco desconsolados.
- Nossa, é muito mais difícil do que pensei. Um nome é muito importante – gemeu.
- Ajuda pensar que é um tempus? – Safiel tentou consolar.
- Não, porque ele vai usar, mesmo que só por um tempo – refutou o auxílio.
- Isso é. Já pensou se ele gosta, e acaba fazendo dele seu nome de verdade? – Lázarus falou. – Há muitos casos em que isso aconteceu.
- É, tem essa possibilidade – sussurrou Ádrio.
- Se quiser podemos lhe dizer algum que sempre usamos como tempus – Buba tentou ajudar.
- Não, tem que ser algo diferente, impactante. Forte e... e ao mesmo tempo, bondoso.
- Tal como a luz? – soprou Ádrio.
Lázarus e Safiel não puderam deixar de sorrir, ao ver a linda sutileza do dragão.
- Ah, já sei... – suspirou. – O que acham de Arrivandro? – perguntou ela, as mãos se remexendo nervosas.
- Somado à luz... – reconheceu Lázarus. – Que belo nome, Ariel.
Lázarus viu quando os pais se aproximaram cerimoniosos de Ariel e tocaram com o focinho, cada um em sua vez, a testa da vigilante, que os olhava emocionada. Mas, mais emocionada ela ficou quando o filhote, se postando à sua frente, se deixou cair de bundinha no chão, as duas asas meio abertas ao lado em uma mesura, os olhos grandes nos seus, as palavras se formando com alguma dificuldade: Odrigadu - disse com a maior inocência e beleza.
- Nessa ele ganhou a tia – Lázarus cutucou Safiel, sob os olhos de brasa dos pais.
[1] (*)
Advertisement
- In Serial229 Chapters
Secret Marriage:The Wolf And The Sheep
Every girl dreams of forbidden kisses and a bad boy of her own. But what happens when fate has other ideas?
8 3147 - In Serial17 Chapters
Era Bounded: You Are Not the Chosen One!
[participant in the Royal Road Writathon challenge] A young man suddenly awakes from a cryo-sleep casket with no memory and nothing to his name. He wanders into an unfamiliar landscape and into a completely new world, full of early Neolithic tribes and extremely advanced technological societies. Will he manage to find his past, and explore the brand the new world ahead of him? This is a fantasy sci-fi progression novel. This is my first original work that I plan to continue, so please feel free to comment and give feedback. I will try to post 1 chapter every 2 - 3 days Each chapter is between 2000 - 3000 words long
8 173 - In Serial20 Chapters
The Magi Magic Games
The planet of Vextel is home to Mana, an essence that can be harnessed and be used as Magic. Not everybody can use Magic, however. Only people born with Stigmas can wield Magic. People with this unbelievably amazing power are referred to as “Prophets”. Prophets from across the world are gathered into various schools to learn and master their acquired arts. Then the best students from these schools compete as representatives in the annual Magi Magic Games. The winners are then sent to the Zone, to fight other magic users from the planets: Craynax, Skyria, and Oeria. The winner then gets their deepest desire granted by the Beings; all-powerful creatures that created the games, and life. Elenore Magnus, a seventeen-year-old girl, a Prophet, dreams big. She wants to participate in the Zone Games to get her deepest desire granted. What is her deepest desire? To have her brother set free, who has been accused and branded a traitor for supposedly rebelling against the Beings. She wants her brother back and the truth. But first, she must win the Magi Magic Games.
8 82 - In Serial41 Chapters
The feared Crimson King
I flinch as his hand reaches to my face, and aggressively pulls down the cloak from my head. He surveys my tear stained face and jewelry all the way down to my dress. Then he speaks, "what's your name?" I open my mouth but no words come out. Fear grips me again. "I believe I asked you a question," his eyes grow darker. "Al-Alice" I whisper.His eyes wander outside to the window. "You will address me as 'your highness' and I do not tolerate mistakes. I will punish you and you will never forget to follow my orders. Do I make myself clear?"--------------------In this world everybody has a soulmate. Two people that are meant to be together for the rest of their lives. Finding them isn't as hard as you'd think, since every two people that belong together have the same tattoo somewhere on their body. It is something you're born with, something that's meant to be. There is no doubt that these two people no matter the status or finances, belong together. Some grow up knowing their future soulmate, some find them later in life, but in the end they always belong together. Marrying someone, who isn't you soulmate is punishable here in my family's kingdom Lyria. My father always believed in the bond. But what if the bond isn't meant to be after all.Or could it be true that my soulmate is no other than darkness himself. That he's the heartless king our country is currently at war with. The one that leaves not even woman and children alive....Ranks✨#2 forced ~02.07.20#2 heartless ~07.07.20#91 fear ~09.07.20#1 castle ~10.07.20#1 obsession ~12.07.20#1 royalty ~ 02.08.20#1 hatelove ~02.08.20#1 cruel ~02.08.20#1 hate ~ 03.08.20#1 princess ~ 10.08.20#1 king ~ 26.11.20#3 midieval ~ 22.12.20#1 evil ~ 20.02.21CAUTION This book contains violence and gore along with cursing. Also if you're triggered by domestic violence DONT READ THIS BOOK. Thanks.
8 158 - In Serial92 Chapters
The Worst
A try on a virtual reality oriented story, about a guy who's absolutely mundane and anti-social but through FSK a VRMMO finds himself beingone of the worst people on the net. Maybe it's just stress relief or trying to have fun but this one is one step closer to writing a little better.You might find words that have mistaken letters in them or grammarbut I'm pretty confident in my english although it's not my main language.Lastly I would like to say report that the novel will have Mature contentof the worst sort, so please refrain from reading it unless you are an adult.
8 636 - In Serial24 Chapters
Project Goddess || Percy Jackson x Reader
One day on Olympus, the gods agreed to test their powers and see what they could do. Which resulted in them creating a whole new goddess named (Y/n). (Y/n) must train and learn how to survive as an immortal goddess. But when the Fates arrive and tell the gods they have altered time in an negative way when creating (Y/n), they must send her to Camp Half Blood and live a life as a demigod without anything knowing she is a goddess. At Camp Half Blood she meets a certain demigod named Percy Jackson.[A/N] I wrote this when I was twelve, so I deeply apologize uhh this whole story is a mess[percy jackson x f!reader]
8 78