《Bruxas da Noite》Capítulo 27 - A Quarta Bruxa
Advertisement
Após a nossa expedição a Ponte de Lima, seguiram-se, como sempre, outras onde poucos sinais encontrámos das Bruxas da Noite. Por fim, um portal levou-nos até outra das criaturas.
Ao contrário dos anteriores, que nos deixaram algo afastados dos locais onde as Bruxas da Noite e os seus esbirros se concentravam, este levou-nos para junto de um acampamento. Assemelhava-se àquele de onde tínhamos partido, no Gerês, com vários abrigos improvisados construídos debaixo de um arvoredo, mas parecia substancialmente mais pequeno. Além disso, não estava abandonado. Goblins, trasgos, ogrons, ogres e até gigantes encontravam-se espalhados por todo o lado.
Por um momento, desviei o olhar do acampamento, tentando perceber onde nos encontrávamos. Por entre as árvores, prontamente avistei duas estruturas familiares: a Ponte e a Igreja de São Gonçalo. Estávamos em Amarante, mais precisamente na maior das duas ínsuas no centro do Rio Tâmega.
Como seria de esperar, havia algumas pessoas na margem e na velha Ponte de São Gonçalo, e um ou outro carro passava na ponte nova, que atravessava o rio por cima da ínsua, mas ninguém parecia estranhar a presença das criaturas das Bruxas da Noite. Algo devia ocultar os ocupantes da ilha dos habitantes da cidade.
Infelizmente, nada nos ocultava dos monstros. Antes de conseguirmos encontrar cobertura, um goblin viu-nos e deu o alarme. A atenção de todas as criaturas virou-se para nós, e algumas começaram a aproximar-se com as armas erguidas.
Os soldados de Almeida ergueram as espingardas automáticas para se defenderem. Apesar de, depois de cada encontro com as Bruxas da Noite, o nosso contingente de soldados tivesse sido sempre aumentado, duvidava que estes fossem em número suficiente para derrotarem a horda à nossa frente.
As criaturas começavam a ganhar velocidade, quando um guincho vindo de trás delas as fez parar. Rapidamente, dividiram-se e abriram caminho até uma enorme tenda, o único abrigo do acampamento que não havia sido improvisado com materiais locais. Diante deste, encontrava-se a figura encapuzada de uma Bruxa da Noite.
Em silêncio, com as suas longas vestes negras arrastando-se pelo chão, aproximou-se, flutuando. Assim que atravessou as linhas das suas criaturas, parou.
Durante um instante, ali ficou, quieta e silenciosa como uma estátua. Nós olhávamos para ela sem saber o que fazer. Almeida abriu a boca várias vezes. Se para dar ordens ou falar com a Bruxa da Noite, não sei dizer, mas acabou por não dizer nada.
Por fim, a Bruxa da Noite emitiu um guincho penetrante, e as criaturas atrás dela carregaram contra nós. A indecisão de Almeida, então, desapareceu.
- Retirar! - gritou.
Advertisement
Corremos de volta ao portal, situado apenas um par de metros atrás de nós. Contudo, quando lá chegámos, não fomos transportados de volta ao Gerês. Como a sua companheira (ou seria a mesma criatura?) em Valença, a Bruxa da Noite tinha feito o portal desaparecer.
A princípio, ficámos atónitos, sem saber bem o que fazer, mas logo os soldados começaram a disparar contra os atacantes. Como eu previra, mesmo com todas as espingardas automáticas e a pistola de Almeida a disparar, a horda continuou a aproximar-se, até porque incluía vários monstros grandes que só podiam ser abatidos por uma grande torrente de balas.
Almeida olhou em volta, procurando por uma maneira de nos tirar daquela situação. Relutantemente, acabou por optar pela única solução possível.
- Retirem para a cidade - gritou.
Com os soldados a disparar constantemente, recuámos até à água. O caudal do rio estava baixo, pelo que não seria difícil atravessar a vau até à margem junto do mercado da cidade. Curiosamente (ou talvez não), assim que saímos da ínsua, deixámos de ver e ouvir os nossos perseguidores. Tratava-se, certamente, dos efeitos do feitiço que ocultava a sua presença dos habitantes da cidade.
Quando chegámos á cidade, simplesmente esperámos. Tínhamos alguma esperança que as criaturas da Bruxa da Noite não nos seguissem para fora do seu acampamento, mas elas entraram na água sem sequer desacelerar. Os soldados da Organização imediatamente voltaram a abrir fogo sobre elas.
O ruído dos tiros começou, então, a atrair a atenção dos transeuntes. Felizmente, como estávamos a meio da tarde de um dia de semana, as ruas estavam quase vazias. Ainda assim, como seria de esperar, os poucos que viram os monstros que nos perseguiam, após um momento de incredulidade, fugiram em pânico. Certamente não tardariam a chamar familiares e amigos ou até a comunicação social. A situação podia tornar-se no pior pesadelo da Organização. Contudo, tínhamos preocupações maiores.
Mesmo com a água a desacelerar o avanço dos nossos atacantes, as balas não conseguiam abater os suficiente para impedir que se aproximassem cada vez mais.
- Recuem para o centro histórico - ordenou Almeida.
Assim fizemos. Até para mim, um leigo no que diz respeito a táticas, o plano de Almeida era óbvio. Ele esperava que as ruas estreitas e as subidas constantes do centro de Amarante ajudassem a compensar a substancial vantagem numérica das criaturas.
Com os soldados a dispararem constantemente, recuámos em direção à exígua passagem que separava a Igreja da Ponte de S. Gonçalo. Foi uma dezena de metros além desta, no meio da Praça da República, que os homens de Almeida formaram uma linha de tiro. Começaram imediatamente a disparar contra as criaturas que tentavam atravessar a passagem, contando com esta para deixar passar apenas alguns inimigos de cada vez e assim ajudar a compensar a nossa desvantagem.
Advertisement
A princípio, a tática resultou. Goblins, trasgos e até ogrons atravessavam a passagem e eram imediatamente abatidos pela chuva de balas dos soldados, nem tendo hipótese de se aproximarem. Contudo, assim que chegaram os primeiros gigantes e ogres, a situação mudou. Estas criaturas eram grandes o suficiente para transporem o parapeito da ponte, que delimitava um dos lados da passagem, e obrigaram os soldados a dividirem os seus disparos.
Um dos gigantes inclusive arrancou uma das pedras da ponte e lançou-a contra nós, matando três dos homens de Almeida.
Este, após aquelas baixas e ao ver que o inimigo estava cada vez mais próximo, ordenou uma nova retirada.
Desta vez, entrámos na estreita rua que levava ao topo do centro histórico e, com os soldados sempre a disparar, subimos até ao pequeno largo em frente da Igreja do Senhor dos Aflitos. Dali, os homens de Almeida podiam disparar sobre todas as criaturas que haviam invadido a Praça da República, incluindo os gigantes, de uma posição elevada.
As criaturas, claro, seguiram-nos, mas, como a passagem entre o convento e a ponte, a rua estreita limitava o número de inimigos que podiam chegar ao largo ao mesmo tempo. E, agora, não havia nenhum atalho óbvio para os monstros maiores.
Durante os minutos que se seguiram, os soldados abateram várias criaturas sem que nenhum dos seus ataques chegasse sequer perto de nós. Até um dos gigantes caiu.
Contudo, o nosso inimigo logo percebeu que tinham de mudar a sua abordagem, e as criaturas começaram a entrar nas ruas adjacentes à Praça da República em busca de outra forma de chegar até nós.
Eu conhecia aquela cidade bem o suficiente para saber que, embora fossem demorar algum tempo, eles acabariam por encontrar o caminho que levava até à nossa retaguarda.
Estava prestes a informar Almeida desse facto, quando este gritou:
- Recuar!
Suponho que ele tivesse chegado à mesma conclusão.
Subimos a rua que levava do largo onde nos encontrávamos até ao antigo Mosteiro de Santa Clara, com os soldados, mais uma vez, a dispararem constantemente para trás. Quando chegámos ao entroncamento seguinte, já avistávamos, ao longe, a força enviada para nos rodear.
Parte do que, em tempos, fora o mosteiro, havia sido transformado, séculos mais tarde, numa casa residencial, que agora servia como Biblioteca Municipal. A bibliotecária, ao ver-nos correr através dos vidros que formavam as paredes do rés do chão, levantou-se da sua secretária, mas, ao ver as criaturas que nos perseguiam, escondeu-se debaixo dela. Felizmente, não parecia haver mais ninguém no edifício para ver aquilo que o público não devia saber que existia.
Nós passámos pelo estreito corredor entre a biblioteca e as ruínas de uma capela que, antanho, havia pertencido ao mosteiro e subimos até ao topo de uns muros revelados por uma escavação arqueológica recente, procurando um ponto elevado que nos trouxesse alguma vantagem tática.
Os homens de Almeida continuaram a disparar contra as criaturas, tentando impedi-las de subir até às nossas posições. Os gigantes e os ogres maiores eram os únicos que nos conseguiam atingir sem ter de trepar, provocando algumas baixas. Ainda assim, não eram muitos, e o fogo concentrado dos soldados, principalmente quando apontado às suas cabeças, conseguia abatê-los.
Um ou outro projétil lançado pelas criaturas mais pequenas conseguia atingir um ponto fraco do equipamento protetor que eu e os homens da Organização envergávamos, mas pouca influência tinham no combate.
Finalmente, pela primeira vez desde a nossa chegada a Amarante, a situação parecia estar sob controlo. O meu único receio era que os soldados ficassem sem munições. Afinal, já estavam a disparar quase constantemente há mais de quinze minutos.
Felizmente, o ataque dos monstros começou a enfraquecer antes que isso ocorresse. Novas criaturas deixaram de se juntar ao ataque, e as restantes acabaram todas por retirar.
Com cuidado, temendo uma possível emboscada, descemos de volta ao rio. Para além de alguns corpos, muitos menos do que aqueles que os soldados tinham abatido, não vimos nenhum sinal do inimigo. Como tal, atravessámos até à ínsua onde se encontrava o acampamento. As criaturas que, quando nós chegámos, o enchiam haviam desaparecido completamente. Só os abrigos abandonados mostravam que tudo aquilo não tinha sido somente uma ilusão.
Almeida pegou no telemóvel e chamou um helicóptero para me ir buscar e reforços para ajudar a ocultar o que havia acontecido em Amarante. Tenho a certeza que, em condições normais, já não seria uma tarefa invejável, mas, depois de todas as pessoas que haviam visto as criaturas naquele dia, iria tornar-se hercúlea.
Entrei no helicóptero que me levaria de volta a Braga e descolámos ainda a tempo de ver os camiões com reforços chegar à Ponte de São Gonçalo.
Infelizmente, não tínhamos ficado mais próximos de descobrir os objetivos das Bruxas da Noite, e o acampamento no Gerês estava a ficar sem portais para explorarmos.
Advertisement
- In Serial112 Chapters
Hero Demon Synthesis
Classes; Skills; Spells. In a fantasy world that is ruled by the Gods, a person's life relies heavily on these three items. What can a Warrior do by herself? Well, it depends on the situation really. Could a single Warrior really take on a Dragon alone? Well, what if they were in a Party? A bad Party goes off to die. A good one though can change the world. This is the story of Paige, a seemingly simple Warrior, who lives a seemingly normal life. Author's Notes: Updates are every three days unless noted otherwise. Rough drafts of the next chapter are updated on my blog: http://zoidianblog.home.blog Cover photo is an edited version of "Mount Pleasant Cemetery Walk" by JasonParis and is licensed under CC BY 2.0 / Photo effects applied to the original photo. Photo was used as the inspiration for a typical depiction of a mausoleum in book 1.
8 160 - In Serial67 Chapters
The Chosen: Colossus of Evil
For all beings are the paths of fate carved, but for three dark elven children did the loss of their parents put their fates in clear unwanted view. Being murdered by a wizard in the body of a beastly Minotuar, this brutal unscrupulous terror was bent on ruthless backlash to all in the realm for his own dark suffering past. Through the aging course of fifteen years, being both guided and protected by their new guardian uncle did the children’s mission finally start. Forced for their own safety from all they knew they leave their home that was fashioned in a world under the world. Their clan was nothing more than a rebel shadow of their old race, driven into hiding from persecution and disloyalty of not willing to uphold the continuing evil traditions of their ancestral nature; and with struggles unseen they fight to emerge from the shadows to the surface realm, with a final goal to one day be again equal both in sociological weight and rank. Accomplishing such tasks held its risks; for the three on their endeavor discover the complications of sibling rivalry, loyalty and personal acceptance. Unexpectedly do they find trials of the body, mind and soul with allied companions along their journey, that introduce them to truth, love and self sacrifice when stories of their own past intertwined with theirs. Will such tasks lead the children to the same doom that brought them to this very dark alley; or strengthen their resolve through the sight of true purpose not only to defeat their mortal enemy, but defend their continuing wished existence within the realm.
8 213 - In Serial21 Chapters
Novu Sol (#1 in the Novuverse)
A universe where Sol Star System no longer belongs to humans, Artificial Intelligence are feared, and people now live on multiple planets among the stars. The Stellar Democracy of Novu Sol is the oldest, largest, and most powerful nation, the nation that claims to be the paragon of virtue, everything a person could ask for, with few flaws. But even they have skeletons in their closets. The Admiral is their biggest one, one which they intend to bury for good. Not if The Admiral can help it. In the turmoil of human existence, its easy to lose sight of your dreams and forget your goals. Novu Sol is a Naval Space Opera, with a hard focus on the Navy aspects of life in this universe! Updating this again! less of a schedule, more quality writing to come.
8 144 - In Serial23 Chapters
Blood and Honor: Deathwalker
Alex Du'mass was just a scion of a wealthy business family, but with the world dying he had a second chance at life. Will, he let his past life overshadow everything he is becoming or will he strike out on his own and become something more than his fathers' son. Note* This book is part of the Blood and Honor universe but stands alone. You DO NOT have to read Blood and Honor to jump into this story and understand it. ***I DO NOT OWN/CREATE THE IMAGE ASSOCIATED WITH THIS STORY. ALL CREDIT GOES TO THE ORIGINAL CREATER(S)***
8 134 - In Serial11 Chapters
Tyrion's Revenge - The Untold Beginning
Edited By: Paradox Edited By: Paradox """What's a childhood friend? A person you grow up with? Someone one you trust?The one person you believe will always have your back?If those word's are true, then why did mine decide to betray me in the worse way possible?And to make matters worse, she was supposed to be my fiance!?That should be the end right?.... right? Then where the hell am I?Wait...... There's someone else here..... can't see his face too dark...Hey man where are we?""""........""""""HEY! I'M TALKING TO YOU!"""""".........""""""WHO THE HELL ARE YOU?! DID YOU BRING ME HERE OR NOT? IF YOU DID, SEND ME BACK!"""Untold Beginning are detailed chapters describing Sebastian life leading up to Tyrion;s revenge.All chapters have been updated closing out any pointed out plot holes.My blog Link chapters will always be released here first: https://tyrionsrevenge.wordpress.com/
8 204 - In Serial49 Chapters
Friends with the King of the Underworld | Book 1
Emylin is a human. Her best friend, Damien, is not. He's the mysterious, handsome King of the Underworld. A social outcast, shunned by her peers, Emmy never felt like she belonged. She'd lose her mind if it wasn't for Damien. Damien is the ruthless, other-worldly ruler of the Dark Faerie Kingdom. Meeting as children, they have had an unlikely friendship that is kept secret from everyone in both worlds. Fearing an uprising after his father's untimely death, the newly crowned King Damien must find a Queen quickly before the next Blood Moon. He sets his eyes on Leah, Emmy's classmate and bully, as the ideal candidate. Emmy must now play matchmaker for her life-long best friend in order to save a secret, ancient kingdom mankind has never known existed. She also has to juggle Damien's crazy requests (like setting up his dates), Leah in her new life, work, her own college workload and the unraveling of a secret murderous plot that will endanger Damien and Emmy herself. No one ever said being friends with the King of the Underworld was easy.The Underworld Series #1Fiction Awards 2019 Best Fantasy WinnerWatty's 2018 LonglistSecond Place @CommunityHub Award 2019- FantasyWattpad Featured StoryHighest Ranking #3 in Fantasy [4/29/18]#4 in Fantasy [2/17/18]#5 in Fantasy [1/30/18]#11 in ParanormalEdited by: @jgfairytalesCover by: @_luvlee_If you are reading this story on any other platform other than Wattpad you are very likely to be at risk of a malware attack. If you wish to read this story in its original, safe form, please go to Wattpad.
8 73