《Anexo Danatuás e outros (ficção - português)》OS DANATUÁS - SERES DA TERRA

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ANU – É uma pessoa de pura estirpe. Ele é pacifico e sábio, se mostrando quase sempre sério e sisudo. Magro, medindo em média 1,80mt, tem cabelos longos apenas da metade da cabeça para trás. Seus olhos, vivazes e claros, normalmente da cor do mel, são grandes, quase o dobro dos olhos de um humano. Seus modos lembram os de uma coruja.

ARDUN, OU OSSUDO – É um ser raro e perigoso, descrito como um enorme queixada com os olhos e os músculos de fogo, que tem como missão proteger as matas de quem tenta incendiá-las. Esse ser, também chamado de ossudo, por ter o couro muito duro, é o preferido como montaria pelos caiporas, e é raro de se ver, visto que ele só se alia a caiporas de grande poder, e somente quando há alguma guerra em andamento, ou no mínimo por iniciar.

ARGORITA - ser de tamanho médio, baixo e muito magro, que se apropria do rosto de outros seres, mortos recentes ou adormecidos. Eles preferem rostos frescos, porque duram mais tempo. Em algumas ocasiões, que não são tão raras assim, podem induzir um sono naqueles que acham o rosto belo e tirar-lhes a face. Quando eles se aproximam de alguém para executar sua natureza, todo o ambiente se altera, ficando meio enevoado e com a atmosfera meio entorpecente, que fará adormecer aquele que já estiver muito cansado. Muitos viajantes, quando encontram um ambiente assim, correm, evitando cair em sono profundo perto desses locais alterados.

ARRANCA-LINGUAS - este ser é parecido com um grande macaco, maior do que um homem. O corpo é todo peludo, mas não a cabeça, que é toda pelada, tendo apenas na parte traseira da cabeça um longo penacho de cabelos negros. Um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais ou mesmo de gente. Costuma atacar sempre à noite quando domina suas vítimas e retira a língua para comer. São muito nervosos, e a qualquer desconfiança saem para o corpo a corpo. Também são muito sensíveis, muito fortes e violentos.

BESTIÁRIO – Da classe dos metamorfos. Ser de grande poder e dono de uma inteligência afiada. São temerários, por não acreditarem na morte. Eles podem, por magia, sugar a forma e força de uma outra pessoa qualquer, vencendo-as em batalha e devorando-as, ou drenando-as no momento da morte, apesar de não ser o poder em sua totalidade, diferente de um Tatun, que possui o poder pleno de seu animal invocado. Eles são grandes e fortes em sua maioria, condição necessária para aguentar o estresse das mudanças de formas.

BICHO-HOMEM – É muito Grande, forte e bastante feroz. Ele possui apenas um olho bem no meio da testa, o que só não lhe prejudica a capacidade de medição de distância por causa de seus ouvidos, que funcionam como a audição dos morcegos. Ele consegue isolar o som e, por meio dele, construir todo o ser, porque consegue ouvir até mesmo o sangue circulando pelas veias, o som da respiração e dos corações. Eles têm as pernas mais curtas que o corpo, com quase 10% do seu tamanho, o que faz com que os outros pensem que só possui uma perna, grossa e redonda. Como suas pernas são muito pequenas, proporcionando pouca abertura, anda mais aos pulos, o que forma no chão somente uma pegada redonda. Tem dedos e unhas muito grandes. É capaz de derrubar a murros e unhadas uma face pedregosa de uma montanha, sendo que muitas cavernas foram construídas por eles. Gosta de viver em locais de muitas serras e vales, e quando falta árvores por lá, ele até pode transportar florestas, pedindo consentimento para as mesmas. Mas, se elas não consentem, chacoalha-as até conseguir o suficiente de provisão em sementes, que vai tratar até virar floresta, que mais tarde irá transportar como filhos. É devorador de homens, os quais acha uma iguaria. Sua voz parece sons de galhos sendo partidos.

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BICHO-PAPÃO OU TUTU-MARAMBÁ - É o bicho-tutu, o bicho-papão que amedronta crianças que não querem adormecer e está presente nas cantigas de ninar das índias. São vários os tutus: tutu-zambeta, tutu-marambá, tutu-do-mato. Ele tem um corpo coberto por pelos longos e macios, geralmente em tom caramelo, que a brisa acaricia e move como ondas. No interior dos pelos fartos ele pode fazer bolsos, onde guarda coisas que julga necessitar. Seus olhos são totalmente vermelhos, alongados e muito estreitos, como frestas na cabeçorra redonda. Às vezes ele fica escondido para assustar as crianças que não querem dormir. Eles podem paralisar um ser, incutindo-lhe um medo terrível. São muito sábios, contadores de estórias, e muitos deles são especializados em amáveis confortadores de almas. Numa guerra se mostram guerreiros formidáveis.

CAIPORA – O caipora e o curupira são muito parecidos. Há algumas diferenças entre as duas espécies, que serão identificadas quando da descrição de cada espécie.

O caipora e o curupira são habitantes do mato, que alguns juram ser o diabo disfarçado em figura de gente. Moram nas matas e nos troncos das árvores. Os caçadores, para agradá-los e cair em suas graças, deixam nas clareiras penas, esteiras, cobertores ou pedaços de fumo que são colocados no tronco das árvores como um presente.

Segundo muitas tribos, principalmente Tupi-Guarani, eles eram deuses que possuíam como função e dom o controle e guarda das florestas, e tudo que existia nela. Às vezes, quando enfezados, podem ser confundidos com um demônio. A impressão que se tem deles pode variar dependendo se eles querem perturbar ou ajudar o ser.

Tanto o Caipora quanto o curupira têm o poder de ressuscitar qualquer animal morto sem sua permissão, para isso apenas recitando um mantra, juntamente com sua respiração, lança, seu arco ou ordem verbal. Mas, se isso não funcionar, pelo tempo em que a criatura estiver morta, usam o bafo de sua montaria para restabelecer a criatura.

São extremamente rápidos, surgindo e desaparecendo de repente, sendo vistos, muitas vezes, como rajadas de vento no mato. Eles fazem ruídos misteriosos para confundir e assustar os caçadores e os agressores das matas. Podem invocar o fogo em seus cabelos e seus olhos, e por todo o corpo. Podem se fazer de redemoinho veloz. São musculosos e poderosos, entroncados, donos de uma prodigiosa força e malícia.

O caipora, diferente do curupira, pode ficar invisível por longos períodos, como também suas tatus, quando inflamadas, brilham mais ardentemente que seus corpos.

Eles têm os olhos grandes e amendoados, com a íris marrom claro.

Para entrar numa mata com permissão deles deve-se levar sempre uma oferenda, como um pedaço de fumo, um cachimbo ou uma cumbuca de pinga de beterraba.

Em algumas regiões são conhecidos como Caiçara, o protetor da caça e das matas. Como protetor das árvores e dos animais costumam punir os agressores da natureza e o caçador que mata por prazer. Ambos são muito poderosos e fortes, e seus tamanhos são muito variados, podendo ser encontrado alguns de meio metro de altura até aqueles com 2,10 metros para os caiporas e até 1,80 para os curupiras.

Quem os vê perde totalmente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-los. Para atrair suas vítimas eles, às vezes, as chama com gritos que imitam a voz humana ou das pessoas. Numa floresta misteriosa, se o ser não tiver más intenções, pode-se ouvir uma advertência sussurrada no vento bem em sua entrada, que diz: "Aqui há certos demônios, que o atacará muitas vezes no mato e irá açoitá-lo e feri-lo bastante se não for bom".

Eles podem se inflamar, e não só sua cabeça se inflama, mas todo o corpo, tal como sua montaria de guerra, com exceção do caititu, montaria principal do curupira, que apenas se toma em brasa viva.

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Eles andam vestidos com uma tanga, fumam cachimbo e são doidos por cachaça e por fumo. Outros seres afirmam que eles se parecem com um menino moreno, parecido com um indiozinho de olhos e cabelos vermelhos, possuindo uma lança e um cachimbo. Outros ainda os descrevem igual aos modelos anteriores, mas todo esverdeados e recobertos de musgo a modas de pelo, que não se queimam quando eles se inflamam.

Como armas utilizam lança, arco e flecha e borduna, com o qual bate nos troncos das árvores para verificarem se vão aguentar as chuvas.

Suas vozes são muito parecidas com um incêndio na mata, onde crepitam as madeiras e o mato.

A montaria principal do caipora é o queixada, espécie de porco-do-mato, que dobra de tamanho quando invocado por ele.

Os caiporas mais poderosos podem ser aceitos por um ardun, ou ossudo, o que o torna um oponente dos mais perigosos.

A fêmea do caipora é a flor-de-fogo.

Poderes: Chamar um caititu, um queixada ou até mesmo um Ardun ou ossudo; incendiar-se; ele pode se tornar um redemoinho ou vento veloz, que pode fazer ter vários graus de temperatura, desde frio a até feito de chamas ardentes; pode reviver animais mortos há pouco tempo, ou curá-los; ele pode sumir, bem como fazer sumir o queixada ou caititu que estiver com ele. Mas ele usa pouco, visto o enorme consumo de energia;

Armas mais usadas: lança, adaga ou arco-e-flecha. Sendo que todas essas armas podem incendiar-se.

Longevidade: Adanu talvez tenha sido o mais longevo dentre eles, pois que pertence a ele tal registro, que ficou em 19.100 revoluções de Urântia. Normalmente é aceito uma longevidade em torno de 12 mil revoluções.

Outras características: Adora fumo e...

CAITITU - montaria do curupira e, algumas vezes, do caipora. Com seu hálito, tal qual o queixada, num leve sopro pode devolver a vida a algum animal morto sem necessidade. Ele é mais veloz que o queixada, apesar de menos violento e bravo. Ele é usado na guerra pelo curupira ou pelo caipora. Ele é criado a partir de um porco do mato normal, que é transformado dolorosamente, quando tem seu tamanho mais quase que dobrado para aguentar até mesmo os maiores curupiras e caiporas. Ainda, quando transformado, tem sua inteligência e poderes aumentados. Quando é dispensado pelo curupira ou pelo caipora ele retorna ao seu aspecto comum, perdendo até mesmo a inteligência que usufruía.

O caititu não tem a capacidade de se inflamar, mas podem se tornar tão quentes quanto uma brasa viva. No entanto, quando montado por um caipora ou curupira em fogo eles não se queimam.

CAPELOBO - Capelobo é um lobo de ossos longos, corpo esguio de rosto fino e redondo, modos mais animalescos que o lobisomem, seu parente, do qual se diferencia também por ser menos inteligente. Ele, tal como o lobisomem, só avança sobre as quatro patas quando precisa desenvolver grande velocidade. Sua pelagem é dura e mais rala e curta que do seu parente, dando-lhe um aspecto de estar sempre sujo, o que não é verdade. Ele costuma sair à noite, rondando as ocas e tabas que ficam dentro das florestas. Costuma apanhar jaguatiricas e onças recém-nascidas, mas quando captura um animal maior ou um homem, ele quebra o crânio e come o cérebro ou bebe o sangue. Só é morto com um ferimento no umbigo.

Numa guerra é um soldado invejável, tal sua determinação, velocidade e agilidade. É muito obediente ao seu comandante, não sendo problema até mesmo se tiver que se sacrificar por ele.

Seu tamanho é extremamente variado, tendo sido vistos, já totalmente formados, dede 1,00 mt de altura até 3,00 mts. Quando criam suas próprias matilhas tornam-se inimigos mortais dos lobisomens, motivo pelo qual os lobisomens, sempre quando os encontram, procuram incluí-los em suas próprias matilhas.

CHEIRA-TRILHA - ser que possui o nariz longo como uma pequena tromba. Tem a caixa do peito mais avantajada e o estômago protuberante, o que o faz andar meio gingando. Ele consegue sentir odores e vibrações que nenhum mais, mesmo que horas tenham transcorrido. Ficam ainda mais imponentes quando são úteis em alguma grande caçada ou batalha. Quando encontra uma trilha importante dá seu sinal de trombeta. Não são muito inteligentes, nem bons guerreiros, sendo mais comum que fujam em uma situação de combate.

CORREIÇÃO ou formigueiro – um correição é um ser formado pela de união de milhares de formigas, tal como as formigas de correição fazem seus ninhos, se unindo pelas patas, encorpando, crescendo. Ele pode variar de tamanho, dependendo da quantidade de formigas. Ele é todo negro, e pela formação peculiar de seu corpo, ele sempre parece movente. A consciência do correição é uma consciência coletiva, não sendo nem boa nem mal. Mata quando sente fome, apenas, e quase sempre estão muito famintas. Uma característica é que elas podem se aproveitar até mesmo da mais leve brisa, para voar pelo ar e atacar, como uma nuvem escura. Quando imobilizam um ser, qualquer que ele seja, elas formam como que uma carapaça em torno dele, e tiram-lhe todo o ar. Quando ele morre, eles se alimentam. Mas a verdade é que eles não precisam estar mortos para serem devorados, pois que elas podem entrar por qualquer orifício enquanto se alimentam.

CURUPIRA – Descrição geral, verificar CAIPORA, visto a enorme semelhança entre ambos.

Como montaria utiliza sempre um caititu, podendo inclusive, várias vezes, ser visto no meio de uma vara deles. Suas armas são a lança e o arco e flechas. Ao contrário do caipora, ele pode virar os pés ao contrário, seu modo preferido de caminhar pelo alto das árvores, por lhe facilitar agarrar bem nos galhos e troncos. Quando no chão, só vira os pés quando deseja enganar caçadores ou inimigos.

O caititu, sua montaria mais comum, não consegue se inflamar de forma muito potente, como o queixada, apesar de que o fogo do curupira não o queima. Apenas quando consegue domar um queixada, o que é muito raro para um curupira, ele pode ser inflamado num combate. Ainda, diferente do caipora, o curupira utiliza com cuidado sua capacidade de se incendiar, e isto porque o fogo o exaure muito rapidamente, chegando ao ponto de desmaiar. Para revitalizá-lo uma chama se presta bem. Por isso, quando estão em guerra, logo no início ateiam fogo no mato porque, se sentir fraqueza, terá onde se reabastecer. Tal como o caipora ele pode se tornar um redemoinho incandescente, o que, de alguma forma, lhe poupa energia.

O curupira ostenta tatuagens, que ficam em brasa quando algum sentimento forte o possui ou quando está para entrar em alguma batalha. Essas tatuagens não são padronizadas, mas são diferentes para cada indivíduo, sendo assim, sua marca registrada. Ainda, ele pode, intencionalmente, para ocultar suas intenções, evitar que a tatuagem se encandeça.

O curupira pode, ainda, ficar invisível por curtos períodos de tempos, e quando corre, em sua forma oculta, é como se surgisse em flashes.

Diferente do caipora, ele nunca conseguirá ter como parceiro um ossudo, e se o tentar, provavelmente essa tentativa será mortal para um dos dois. Há apenas um relato de algo assim: tal façanha foi realizada por uma flor-do-mato, chamada Allenda, quando da guerra dosvivos.

No entanto, a capacidade dessa flor-do-mato é única, talvez por sua ascendência, filha de Adanu, visto ele ser fruto de um raro cruzamento de um curupira com uma caipora. Adanu foi um caso raro de um dos únicos curupiras que, além da capacidade de se incendiar por largos períodos, tinha como montaria constante um queixada, chamado FuraTerra. Assim também, essa flor-do-mato podia manter seu fogo aceso tal como uma flor-do-fogo, além de ter como montaria constante um queixada que chamava de ArrancaToco, e não um caititu.

Mais baixos que os caiporas, a altura máxima alcançada por um curupira foi justamente de Adanu e Allenda, ambos com seus 1,80 mt.

O caso de Adanu e Allenda é um caso raro, visto que também eles podiam ficar invisíveis como os curupiras, e ostentavam tatuagens. Eles parecem que uniram as maiores capacidades dos caiporas e dos curupiras.

A fêmea do curupira é a flor-do-mato.

Devido à grande afinidade entre as duas espécies, os nefelins gerados são os que melhor mesclam suas capacidades, sendo que os genes caiporas são os dominantes, e os curupiras altamente recessivos, motivo da raridade de Adanu e Allenda. Assim, os nefelins onde o dominante foi o caipora, são comumente chamados de caipiras, e os quase nunca acontecidos dominantes curupiras, são chamados de curuporas.

ELLOS - povo guerreiro de inominada ferocidade, que acreditam que após a vida nada mais há; alma e corpo se consumindo num nada, como o estouro de bolhas nas cachoeiras. Corpos esguios e belos, bem definidos. São guerreiros temíveis por acreditarem que apenas uma morte valorosa é a diferença entre o nada e a integração com seu deus, que acolheria sua força vital para animar entes mais elevados. Por esse motivo se jogam com tamanho ímpeto à batalha, como se fosse a última de que irão participar. Por isso, com o tempo passaram a gostar dessa energia, dessa força e do respeito que disso advém. Sua fama de cruéis vem do fato do perigoso desprezo por tudo que aparente fraqueza, pois para eles seria sem valor, apenas um saco de carne provisoriamente animado, um potencial obstáculo ao seu caminho - e é muito perigoso ficar no caminho de um ellos. Por esse motivo é muito comum se ver ellos em companhia das perigosas coris-caririn, por serem tão parecidos em almas, com princípios rígidos e espartanos, objetivos demais. São seres nobres e hospitaleiros, em tempos pacíficos. Tem as orelhas pontiagudas, e existem em diversos tipos, dependendo de em qual tipo de sistema da natureza vivem, como quase todos os seres da natureza. Altura média em torno de 2,00 metros.

Eles possuem o corpo naturalmente tatuados, sempre em tons ocres esmaecidos. As tatuagens nunca são sobre formas, mas em linhas grossas e finas, como esparsos arabescos. Alguns trazem só no rosto, ou na face, ou nos ombros ou pernas. Nunca a caricatura é no corpo inteiro.

Suas armas preferidas são os arcos curtos e a espada.

Suas construções são naturais, utilizando para isso de magia para alterar as formas das próprias florestas quando nela se estabelecem ou em enormes e belíssimas cidades, fazendo um ambiente totalmente integrado. A água é um aspecto recorrente em suas cidades, estejam elas nas montanhas ou nas florestas.

Os ellos são considerados, por muitos, como as pessoas mais próximas dos anjos, sendo dito inúmeras vezes que seria a natural primeira encarnação dos anjos quando resolvem encarnar.

ELLOS NEGROS - São tal como os ellos, só que fazem da guerra sua definição máxima. Desde crianças são treinados apenas para guerra, sejam homens ou mulheres. Eles têm a pele mais escura que os outros, motivo por que são chamados de ellos negros. Tal como os ellos nascem tatuados, só que suas linhas e arabescos são em linhas pretas, seguindo o mesmo padrão dos ellos. Seus olhos também são alongados, e as cores mais comuns são a tonalidade forte do mel, verde esmeralda ou azul celeste.

Por ser um povo principalmente guerreiro, não possuem residências fixas. Suas construções mágicas são de curto período. Quando se desfazem, não há como identificar se aquele lugar, alguma vez, lhes serviu de lar.

Também são considerados as encarnações mais próximas e afins com os anjos.

FLOR-DO-FOGO - fêmea do caipora. Normalmente são altas e longilíneas, formadas de belos corpos. São guerreiras formidáveis, muito aguerridas. Elas ostentam cabelos longos e vermelhos, que com facilidade podem incendiar. Todas elas mostram tatuagens sutis e discretas pelo corpo, que normalmente nascem no couro cabeludo e se esparramam com enorme graça, descendo pelos braços e chegando até os calcanhares, mas em número discreto. Elas, tais como as manira-ellos, usam como vestimenta saias de couro macio, normalmente presas entre as pernas como shorts, e bustos de couro. Suas armas preferidas são os arcos e flechas e as lanças, bem como facas de fogo. Tal como os caiporas, elas podem invocar queixadas e, em caso de extremo perigo, os poderosos e terríveis arduns. Elas podem ficar invisíveis por períodos relativamente confortáveis de tempo. Elas podem viver extensos períodos de tempo.

FLOR-DO-MATO – as mesmas características das flor-do-fogo, com exceção de que podem voltar seus pés para trás e conseguem ficar em fogo por curtos períodos de tempo, o que também acontece quando estão invisíveis. Ainda, sua montaria é o caititu. Como foi amplamente mencionado em muitos itens acima, aparentemente a única exceção para esses casos parece ser Allenda, filha de Adanu com uma manira-ellos, tanto que muitos a consideram uma verdadeira flor-do-fogo, e não uma flor-do-mato, nome que permanece apenas como honra ao seu pai. Sobre a condição única de Allenda, sempre volta à mente das pessoas uma desconfiança de que Adanu não seria seu pai, o que é impossível, visto os próprios poderes que Adanu possui, e sua própria condição única. Resta então, como foi descoberto bem mais tarde, mesmo que isso pouca importância tenha tido, visto o enorme respeito e admiração que pai e filha amealharam, de que algo teria acontecido com os avós de Allenda, que causaram essa diferença.

FORMIGUEIRO ou correição – vide correição, acima.

GRITADOR - O gritador é também chamado de Capiongo. Tem este nome porque passa a noite gritando. Dizem que o gritador é a alma de um índio que, após brigar com a sua amada, saiu para trabalhar e nunca mais se teve notícias dele. Ele grita tanto de noite como até mesmo durante o dia. Em noites especialmente escuras ouve-se até o barulho dos cascos de sua montaria, uma capivara, motivo pelo qual nem o rio é obstáculo para ele, por mais largo que seja. Tem o corpo forte e roliço, com uma tromba assemelhando-se a uma trombeta, e olhos totalmente amarelos. Ele se alimenta de animais mortos, e parece estar sempre triste. Sua cara é roliça, com os dentes superiores proeminentes, apontando por canaletas nos lábios inferiores. Não se distingue por sua inteligência, sendo muitas vezes caçados por outras pessoas como alimento.

LOBISOMEM – São nefelins puros, e normalmente muito grandes e poderosos. Somente os mais poderosos deles podem, ao bel prazer, se transformar de homem a lobisomem e vice-versa, apesar de que, com boa instrução, a maioria consegue o mesmo feito. Quando em forma de lobisomem mostram as orelhas compridas, bem como o focinho, mas suas feições são bem humanizadas e belas. Eles podem saltar muito alto e possuem uma agilidade fenomenal, bem como uma força imensa. Suas garras, diferente dos lobos, se parecem mais com as dos felinos, pois além de serem finas e esguias, também podem ser embainhadas e desembainhadas à vontade. As garras, quando desembainhadas, são curvas, muito fortes, duras e afiadas, medindo em torno de seis cm, que impõem respeito a qualquer um. Todos são muito violentos e atacam com grande ferocidade. A pelagem é mais longa e basta que a dos capelobos, que ele mantém sempre limpa, pois gosta de água e toma constantes banhos. Ele faz isto para esconder seu cheiro, que poderia traí-lo num combate. O rosto, mistura de um rosto humano e o de um lobo, é considerado, por muitas pessoas, como um belíssimo rosto.

Como diferença do capelobo os lobisomens são menores e mais proporcionais, e bem mais inteligentes e independentes.

O lobisomem é um nefelin de alma nobre. Quando a lua surge ele se mostra mais tranquilo e em paz, e gosta de ficar sobre imensas árvores ou sobre as montanhas, apaixonado pela lua.

O tamanho dos lobisomens é mais uniforme, variando de 1.80 a 2,10 mts.

É comum serem vistos sozinhos, mas preferem a companhia de uma matilha.

LÚMEN - Um montador de vaga-lumes, que também pode chamá-los em legiões que se tornam como uma segunda lua movendo-se no céu, dentro de uma floresta. Eles possuem as formas de pessoas, com braços e pernas e cabeça. São esverdeados e podem fazer o corpo todo brilhar, no tom verde fluorescente. Eles possuem presas que podem cortar com extrema facilidade. Quando a situação se mostra necessária eles podem instruir os maiores vagalumes, que fazem crescer por magia, para que sirvam de montaria para os anões ou as pessoas menores, e também para os curumins.

MÃE-DA-MATA - É uma pessoa que manda em todas as plantas e em todos os animais de uma floresta. Ela sente a floresta. Com uma espada é um ser extremamente perigoso. Porém, o que mais a fascina é cuidar da terra, de Gaia, de suas árvores, rios, pedras... Olhos grandes e belos, sendo o mais comum as mãe-da-mata terem a Iris de um verde iridescente. Além das tatuagens em linhas pelo corpo, normalmente verde-folha, em seu rosto, panturrilha e ombros, como penugem, mostram musgos que tomam cores diversas, dependendo da estação do ano, mas são macios e cheirosos. A maioria das mães-da-mata são seres belíssimos, fazendo muitas pessoas e homens suspirarem apaixonados.

Poderes: Quando toca o chão ela pode se comunicar com o que quer que esteja ao seu alcance. Em casos extremos podem usar a terra como o ser das águas usa as águas; ela pode mergulhar e se movimentar sob o solo, e pode comandar as raízes das árvores para espetar, esmagar ou quebrar seus inimigos ou desafetos. Consegue saltar muito alto e é extremamente ágil e flexível. Ainda, ela pode comandar com certo esforço o ar que toca o chão. Elas conversam com a própria terra, cristais, árvores e leitos de rios. Elas podem comandar as árvores e matos. Ela também pode comandar a terra, fazendo com ela paredes ou grossos tapetes.

MANIRA-ELLOS - Guerreiras violentas e inteligentes, esbeltas. São chamadas de “As Cruéis”, pelo gosto de batalha que está em seu sangue. São a parte feminina dos majestosos Ellos. Altura média em torno de 1,80 mt. Tal como os ellos, também nascem tatuadas, admitindo outros tons e cores, mas sempre na mesma padronagem dos ellos, apesar de discretas nos ombros, face ou cabeça. Orelhas alongadas e pontiagudas, olhos também alongados para cima, nas cores preto, verde esmeralda ou azul celeste. As armas preferidas são as mesmas dos ellos, apenas com o acréscimo de pequenas adagas.

MAPINGUARI – Esse é um caso único, de um nefelin tornar-se uma pessoa, ou ao menos em ser aceito como se fosse uma. Alguns nefelins, ao atingirem uma idade mais avançada, evoluem e transformam-se em mapinguari e passam a habitar o interior das florestas, onde passam a viver apenas no seu interior e sozinhos. O mapinguari é um ser muito alto, como um gigante, apresentando altura entre 2,30m a 3,15m. É extremamente forte; a pele do corpo é igual à do Jacaré, porém muito mais resistente, o que lhe dá uma grande proteção. Possui as mãos, os pés e os dentes grandes. Tem um basto cabelo cobrindo sua pele couraçada. Ele é muito parecido com o homem. O mais comum são os de pelo caramelado, que esconde sua couraça inteiriça, apesar de existirem os de pelagem negra e alguns até alvos como a neve. No entanto, quanto mais velhos ficam, mais seu pelos se tornam esverdeados e mais alongados, como um tutu. Os seus pelos fazem com que ele não seja morto por flechas ou qualquer coisa em alta velocidade, salvo se lhe atingir o umbigo. Há uma variante menor, que prefere viver nas montanhas altas, conhecidos como pésgrandes. Diz a lenda que o mapinguari mata os homens, devorando apenas suas cabeças. Eles têm os olhos grandes e redondos, e a Iris é totalmente negra.

MARTELADOR - São nefelins. Além de serem exímios corredores, têm uma força monstruosa. Apesar das pernas serem menores que os troncos, de onde saem braços longos e grossos, o conjunto de forma alguma parece desengonçado. Eles têm uma postura orgulhosa e nobre. Seus olhos são amarelos de pupilas verticais que denunciam uma inteligência refinada e ardilosa.

MATIRAS - são compridos e finos, muito ágeis e rápidos. O rosto é alongado. São guerreiros formidáveis, que acreditam que em nada importa se fizerem o certo ou errado aos olhos dos homens e seres, porque a vida é uma consciência fugidia que se desfaz com a morte; que os vivos são experiências de uma partícula de seu deus, que após a morte volta a ele, carregada de toda sua vida. O certo e o errado, na visão dos matiras, são apenas experimentos, tendo igual valor. Por esse motivo são amorais, e tanto podem estar lutando ao seu lado como virar-se e lhe cortar a garganta.

QUEIXADA - o queixada é a montaria mais utilizada pelo caipora, quando não precisa ser veloz e quando não está em guerra, e do curupira quando está em guerra. Ele é bem maior que o caititu e muito mais feroz. Esse, tal como o caititu, tem origem em um animal comum, que através de magia é aumentado de tamanho. Ele tem os ossos mais pesados que o caititu e as presas acrescidas. Ele sofre na transformação, ouvindo-se até mesmo seus ossos se quebrarem no alongamento forçado.

SACIPERERE - É um duende que só tem uma perna. É ágil, astuto, atrevido, traquinas, gosta de fumar cachimbo e adora uma boa cachaça. Usa uma grande flor na cabeça como um capuz, que lhe dá poderes mágicos e que lhe cobre a cabeça, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. À noite ele assobia, inquietando as pessoas e criando-lhes dificuldades, apagando o fogo, queimando os alimentos, assustando os viajantes durante a noite. Em muitas regiões o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno.

Existem quatro tipos de Sacis:

O Pererê, que é mais escuro e habita as florestas mais ralas. O seu chapéu preferido é o sininho azul, mas também pode ser visto com um sininho branco ou com o rosado.

O Trique, moreno e brincalhão, gosta de viver nos campos e prefere o gorro de lírio abóbora.

Saçurá, ou sacisaçurá, que tem olhos vermelhos e mora nas florestas mais sombrias, prefere o gorrinho feito de Ibiza vermelha. Por fim o saci dos alagados, que possui a perna bem mais longa e flexível que os outros. Sua pele é quase branca e seu cabelo é também negro e escorrido como os dos outros. Ele se veste com uma tanga de penas de arara azul e prefere a flor da ipomeia branca.

Em certa época desenvolveu-se o boato de que o saci podia se transformar numa ave chamada Matiaperê ou matinta-perere, cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem, o que não é verdade.

Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais, fazer tranças nos pelos dos animais, etc. Diz-se que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos a não ser em casos muito extremos. Alguém perseguido por ele deve jogar cipós com nós em seu caminho que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja. Também se diz que, se alguém jogar dentro do redemoinho uma flor de pau-brasil ou um pau com teia de aranha rendeira poderá capturá-lo, e se conseguir sua flor será recompensado com a realização de um desejo. Sapeca por natureza, ele está sempre aprontando, além de assustar todas as pessoas que tentam destruir as florestas. Sabe-se que muitas lendas a seu respeito são lançadas por ele mesmo, para confundir e brincar com os seres.

Os sacis nascem em "sacizeiros" nos taquaruçus, num período de incubação de sete anos. Ao morrer viram cogumelos venenosos ou orelhas-de-pau. Vivem em torno de um mil, setecentos e setenta e sete anos.

Poderes: se tornar redemoinho ou vento veloz; levantar pedras e troncos e lança-los por vários metros;

SEDENERÁ - as fêmeas são mais cruéis que os machos sedenerás. Eles são pequenos, em torno de 1,30 mts, têm o rosto sempre encoberto por cabelos longos que, como espessa cortina, escondem sua face, chegando-lhe quase até a cintura. Vestem-se de uma roupa tecida do próprio cabelo, porque eles os cortam para não ameaçarem seus movimentos. Quando se deixam ver, apenas parte do rosto jovem e o olho totalmente negro e sádico é o que surge. Seus cabelos funcionam como chicotes vivos. Os homens são menores e mais pacíficos que as fêmeas, quando não são enfezados. No entanto, existem relatos de sedenerás homens com altura perto de 2 metros, e extremamente violentos, e mulheres sedenerás perto dessa altura.

Devido a sua natureza cruel, muitos consideram os sedenerás demônios.

TATUN – São seres de grande agilidade, destreza e capacidade para suportar grandes dores. São grandes e fortes e tem o corpo recoberto de tatuagens. Vestem-se apenas com uma pequena tanga de folhas e raízes, visto que o corpo precisa estar livre para que os seres tatuagens saiam de seu corpo. Ele nasce com esses seres, como se fossem almas afins. O tatun morre, quando o último deles morre. Suas tatuagens não perdem em força e poder aos animais representados podendo, em raros casos, sobrepuja-los.

TUTU-MARAMBÁ OU BICHO-PAPÃO – vide Bicho-papão, logo acima.

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